domingo, 11 de janeiro de 2009

Eu, na Terra dos Sonhos Mortos



E como viver em um mundo que insiste em permanecer na morte? Morte de amor, de paz e de compaixão. Morte de benignidade, de calor. Morte de espírito. Morte de vida. Como viver? Como responder se nem sabemos como viver?
Somos seres alienados, orgulhosos, soberbos. Queremos um mundo de conquistas e tesouros. Queremos o que tínhamos o que temos e o que, impreterivelmente, deveremos ter. E mais, mais, muito mais... Queremos tudo e não conseguimos nada. E o incrível é que poderíamos ter muito mais do que “tudo”, contudo não fazemos por merecer. Somos uns insatisfeitos. Uns sedentos de vento e usurpadores de água. Somos uns tolos que se esquecem do que é, de fato, importante. A verdade é que nos esquecemos de viver. O universo é testemunha disso.
Esquecemos de olhar, de ouvir, de degustar, de sentir... Esquecemos do que nos faz ser felizes, ser melhores. De rir, de pensar, de cantar, de ajudar. Esquecemos de sonhar, idealizar, viajar. Esquecemos ou, simplesmente, deixamos de fazer? Abandonamos o barco, o trem, o avião, os pés ou qualquer coisa que nos faça seguir em frente. Abandonamos por medo, preguiça, fraqueza, indeterminação ou, simplesmente, por desacreditar na possibilidade de realizarmos, de agirmos, de movimentarmos. Somos covardes, a vida ressente-se disso.
(Trecho do livro “A Terra dos Sonhos Mortos” – Lara Larissa – pág. 207-208)

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