sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Só não vale se apaixonar!

Paixão é uma merda grande mesmo porque usa a tua carência como forma de #*@# com a sua vida. Naquela velha história de tentarmos achar complementos, a gente delega importância a qualidades que são básicas em qualquer ser humano simples, seja ele flamenguista, católico, ortodoxo ou presidente da República.

Daí, nos vemos achando que tudo é lindo naquele ser, só porque ela conta piadas que faz você rir ou porque assiste aos filmes que você considera indispensáveis ou até quando ela canta uma bossa e você a acha culta. Quando a gente entende bem que saber a letra de “Wave” é algo que nasce conosco.

E quanto mais rápido essa paixão tem que ser barrada, mais dor ela causa, muito mais dor, dor mesmo, muita dor, dor demais. Você pode até pensar que são os fins de namoro de anos que causam os verdadeiros ‘broken hearts’, mas são as paixões de duas semanas que fazem com que percebamos o quanto somos losers (perdedores).

Imagina aí você na merda completa e conhece uma pessoa que preenche os requisitos básicos já citados acima: filmes, música e um desejo enorme de participar de festas que aconteçam em prostíbulos no centro da cidade, passar a tarde inteira, o dia inteiro, conversando sobre todos os pequenos deleites do universo.

No dia seguinte, após esse momento arrebatador em que você joga todas as suas cartas nas possibilidades iminentes surgidas em uma mesa de bar, a ligação acontece e, depois de mais um programinha sem sentido, rola aquela vibe, pegação que, extremamente necessária, fecha completo com a ilusão de “felizes para sempre” que qualquer um tem quando se apaixona.

Aí, já viu, né? Todos os meses em que você passou em rodadas furtivas parecem sem sentido, quando, na verdade, simplesmente um encaixe estilo ‘Lego’ aconteceu, mas quem se preocupa? O lance é acreditar mesmo que vá haver uma ‘Superbonder – espectral – temporal - aurora boreal’ que vá garantir que os filmes básicos, as musiquinhas básicas e até mesmo a pegação básica possam se tornar únicas.

A dor é maior porque você se arrepende de ter se deixado arrebatar por esse ser e por esse sentimento. Amor de muito tempo acaba, mas se tem tempo deu para saber conviver com aqueles defeitos que surgiram no decorrer do relacionamento, em uma espécie de resignação sem auto-anulação. Isso ou mantém-se a jornada infinita de tentar mudar a pessoa que se ama, não acabando nunca com essa relação e sempre achando que mais um ano pode fazer tudo perfeito.

Quando é a paixão cega que se aquieta de uma vez a raiva que você tem é de você. Uma sucessão de auto - perguntas, querendo saber o porquê de tanto desejo em algo que dá para se encontrar em qualquer rodada em festinhas indies. Não é querendo diminuir a dor daqueles que amam, até porque amor é algo bem diferente de paixão e um nem é conseqüência do outro, mas é porque tem horas que a gente se sente muito puto em ser tão cego.

Então, um recado para aqueles que cruzarem o meu caminho: só não vale se apaixonar!

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